País precisa de bons parceiros para produzir mais na área tecnologia da informação, diz Lula

02/08/2004 - 16h47

Brasília, 2/8/2004 (Agência Brasil - ABr) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje, em Barueri (SP), que o Brasil precisa de bons parceiros, internos e externos, para produzir mais e melhor na área da tecnologia da informação. Ao participar da inauguração da Plataforma de Exportação de Serviços de Tecnologia da empresa Hewlett-Parckard (HP), ele disse que o país não quer parceiros apenas para exportar matéria prima e produtos in natura. "O Brasil precisa se dar uma chance e entrar na era da exportação de conhecimento e tecnologia de ponta. E nós temos material humano para isso, base universitária e potencial econômico", afirmou.

Até 2007, o governo brasileiro quer exportar US$ 2 bilhões em softwares (serviços de tecnologia da informação). Hoje, o Brasil exporta apenas cerca de US$ 100 milhões por ano, informou o vice-presidente de marketing da HP, Denoel Eller. Atualmente, muitos dos serviços de software exportados não são contabilizados pelo governo, pois saem do país por via eletrônica. O projeto piloto da Plataforma de Exportação de Serviços de Tecnologia da HP, lançado hoje, vai permitir controlar melhor a quantidade de softwares que saem do país e aumentar a competitividade do Brasil, inserindo-o no cenário mundial dos prestadores de serviços dessa natureza.

O presidente falou da necessidade de o país ter uma política única de inclusão digital para que se torne cada vez mais competitivo. "Política de inclusão digital é aquela em que o governo cria as condições para produzir internamente ou para importar máquinas as mais modernas possíveis, a preços compatíveis com a possibilidade de pagamento médio da sociedade brasileira". Segundo ele, na medida em que tiver mais gente tendo acesso à informação, o país vai ganhar espaço no mercado competitivo.

Lula prometeu que vai discutir com sua equipe uma política tributária para desenvolver o setor, mesmo que isso signifique uma arrecadação menor. "A gente só não vai receber durante um determinado tempo uma coisa que não recebia, ou seja, vai continuar na mesma. No entanto, a gente vai crescer na medida em que mais gente tenha um bom acesso à informação, na medida em que mais gente tenha acesso à informática, mais gente possa comprar computador. Aí, sim, o governo vai ganhar, o país vai ganhar".

Segundo o presidente, o governo está tentando recuperar o tempo perdido. Ele lembrou que, de 1950 a 1980, o Brasil foi um dos países que mais cresceram em todo o mundo. No entanto, esse crescimento não significou repartição da riqueza. "O Brasil já foi a oitava economia mundial e regrediu nesses últimos 20 anos. A nossa população cresceu de 1970 a 2004, ou seja, em 34 anos, nós dobramos a nossa população. E foi exatamente nesse período que a economia passou praticamente 20 anos estagnada".