Brasília, 2/8/2004 (Agência Brasil - ABr) - Analistas e consultores de mercado estão convictos de que a inflação deste ano deverá se aproximar do teto da meta estipulada pelo governo, de 5,5%, com possibilidade de flexionar 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo. Como há três meses vêm acontecendo aumentos gradativos das expectativas de mercado, a pesquisa feita pelo Banco Central na última semana indica que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar o ano em 7,15%, contra 7,13% na semana anterior.
Essa perspectiva do mercado está em linha com a projeção revisada pelo próprio BC, de acordo com a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), mas não acompanha a tendência do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisa (Fipe) da Universidade de São Paulo (USP). O IPC-Fipe, que analisa o comportamento de preços apenas na capital paulista, aposta em inflação de 6,40% (era 6,41% na semana passada).
Os números, no entanto, se enquadram no varejo, porque no atacado as expectativas são ainda mais altas. Enquanto o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) aumenta de 11,27% para 11,36%, o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) pulou de 11,24% para 11,41% - Esses índices refletem os preços livres, mas mesmo os preços administrados ou controlados pelo governo (combustíveis, energia, telefonia e outros) deram um salto significativo, e as projeções se elevaram de 8,13% para 8,26% na semana.
As apostas do mercado em relação à inflação de julho, que será anunciada no próximo dia 12, são para um IPCA entre 0,92% e 0,95% - bem acima do de junho, que foi de 0,71%. As expectativas são de que os preços aumentem com menos intensidade neste mês e o mercado acredita que o IPCA (índice que serve de parâmetro para as metas oficiais) de agosto baixará para 0,58% - idêntica projeção da semana passada.