São Paulo, 29/7/2004 (Agência Brasil - ABr) - A melhoria das condições econômicas do país foi a maior responsável pelo aumento de 6,34% do faturamento do comércio paulistano no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2003. O desempenho dos primeiros seis meses do ano fez com que a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio) aumentasse sua previsão de aumento do faturamento em 2004 de 3% para 4% ou 5%.
Para a diretora da Assessoria Econômica da Fecomércio, Fernanda Della, o aumento na oferta de crédito está estimulando os consumidores. "A queda de dez pontos percentuais da Selic (taxa básica de juros da economia), comparativamente ao ano passado, acabou resultando em um juro mais barato no crediário", explicou, acrescentando que "as operações de crédito registraram um crescimento de 7,8% neste ano, o que significa que mais pessoas estão aderindo ao crediário como forma de viabilizar suas compras".
Outros efeitos importantes na elevação do faturamento, segundo a diretora da Fecomércio, foram os que possibilitaram o aquecimento da economia: "A queda do nível de desemprego por dois meses consecutivos, o aumento da massa real de salários e os dissídios salariais desde o início do ano, que foram concedidos com base em inflações passadas bem mais altas que as atuais". Ela acrescentou que "esses efeitos foram conjugados e resultaram em um crescimento do comércio por conta da renda das pessoas, que está bem melhor".
Para a diretora da Fecomércio, o percentual de elevação do faturamento reflete também, "em boa parte", a recuperação das vendas, que foram fracas em 2003. "No ano passado, tivemos um período muito recessivo, que é uma base muito fraca", afirmou. Segundo ela, é preciso observar com atenção alguns fatores importantes para a continuidade do processo de crescimento do comércio para este ano. "É preciso criar condições de investimento, com queda na taxa de juros, e assistir o que vai ocorrer no cenário internacional", disse.