Marcela D’Alessandro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Na próxima semana, a Ouvidoria Agrária Nacional divulga relatório consolidado sobre as ocupações de terras e mortes no campo ocorridas em julho, em todo o País. Segundo dados da Ouvidoria, de janeiro a junho deste ano o número de invasões superou todos os registros do ano passado (2003), quando foram contabilizadas 222 ocupações. Só no primeiro semestre de 2004, trabalhadores rurais sem-terra invadiram 230 propriedades.
Em relação ao aumento das invasões verificadas este ano, o ouvidor agrário, Gercino José da Silva Filho, lembra que "o governo federal está em contato direto com os movimentos sociais e não há necessidade de se fazer ocupações para chamar a atenção do governo".
Dados do mês de junho revelam que houve uma queda de 65% no número de invasões promovidas pelos sem-terra em relação ao mês anterior. Em maio, 48 propriedades foram ocupadas e, em junho, apenas 17 terrenos sendo quatro no Pará, um no Maranhão, um no Piauí, três em Pernambuco, três em São Paulo, dois em Minas Gerais, dois no Paraná e um em Santa Catarina.
Para Gercino Silva, a Ouvidoria estará sempre de portas abertas para receber os sem-terra e seus representantes "basta pedir uma audiência com o presidente do Incra, com a Ouvidoria Agrária". Segundo ele, esta é uma forma de os trabalhadores insatisfeitos com o andamento da reforma agrária "apresentar suas sugestões ou reclamações no sentido de encaminhar o processo".
De acordo com informações da assessoria de imprensa da Ouvidoria Agrária Nacional, até junho deste ano o Incra assentou 35 mil famílias. A meta do governo federal para 2004 é assentar 115 mil. No governo Lula, do ano de 2003 até o primeiro semestre de 2004, 82.500 famílias de trabalhadores rurais sem-terra já foram assentadas.