Projeto na Amazônia já formou mais de 190 doutores

28/07/2004 - 20h00

Brasília, 28/7/2004 (Agência Brasil - ABr) - O Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera da Amazônia, conhecido como LBA, no qual se estuda há seis anos as mudanças de uso do solo e seus impactos climáticos na região amazônica, é responsável hoje pela formação de mais de 190 doutores na região. Antes do projeto, se formavam menos de 20 doutores na região.

Há o receio, no entanto, de que os jovens cientistas não permaneçam na região. "Só haverá a fixação com políticas de estímulo", alerta Ima Vieira, pesquisadora do Museu Paraense Emílio Goeldi e membro do Comitê Científico Internacional do LBA, na III Conferência Científica do LBA, em Brasília.

Mas Flávio Luizão, coordenador-regional do LBA e responsável pelo projeto no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), se mostra animado com os resultados. "Ainda que não fiquem na Amazônia, terão um outro olhar sobre a região", observou.

Nos seis anos de LBA, formaram-se 249 alunos de graduação, 195 de mestrado e 196 de doutorado. Além disso, surgiram cursos de mestrado em hidrologia e física do clima na Universidade de Rondônia (Unir), no campus de Ji-Paraná e de mestrado e doutorado em ciências ambientais com a temática do LBA, na Universidade Federal do Mato Grosso.

A Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) financiou diversos cursos de treinamento de pessoal, em diversos níveis. E a Comunidade Européia aprovou recentemente um projeto de treinamento de pessoas na coleta, análise e integração de dados.

Luizão citou ainda pedido da Embrapa Amazônia Oriental, do Inpa e do MPEG, encaminhado este mês à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) para criação de um curso de pós-graduação com a temática do LBA. "Nós tínhamos o sonho, no começo do LBA, de formar pelo menos 100 doutores e já chegamos quase a 200. Isso, em si, é uma vitória", destacou.