MEC diz que negociação com professores das universidades federais ''chegou ao limite''

28/07/2004 - 18h13

Marina Domingos
Repórter da Agência Brasil

Brasília – As negociações entre representantes dos professores das universidades federais e o governo federal ainda terão mais uma reunião na próxima sexta-feira, dia 30. Os representantes do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) apresentaram contraproposta reivindicando reajuste salarial mínimo de 9,5% para professores da ativa e aposentados. Os ministérios do Planejamento e da Educação não chegaram a um acordo com a categoria. Cerca de 73 mil professores ameaçam entrar em greve a partir do dia cinco de agosto.

De acordo com o ministro interino da Educação, Fernando Haddad, o governo chegou ao limite das negociações e não irá conceder o aumento pedido pela categoria. "Chegamos ao limite do governo, mas estamos abertos a definir um reajuste dentro dos recursos já previstos para o aumento", afirmou Haddad. Na semana passada o governo havia apresentado uma tabela de reajustes, na qual o menor índice era de 6% até 17% para professores da ativa e até 36% para aposentados.

O impacto causado pelo aumento mínimo de 6% vai acarretar um gasto de R$ 372 milhões. Já os 9,5% propostos pela categoria, acrescentaria mais R$ 70 milhões nas contas do MEC. Para o ministro, a proposta deve ser analisada de forma geral, pois o aumento prevê recursos que serão destinados ao aumento dos servidores técnico-administrativos das universidades e escolas federais. Segundo ele, serão R$ 2 bilhões a serem distribuídos no pagamento de funcionários até 2006. "Depois que chegarmos a totalidade dos gastos, eles se tornarão fixos para sempre", argumentou.