Pedro Malavolta
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O rendimento médio das pessoas que trabalham na grande São Paulo subiu para R$ 975,00 em maio. É a primeira vez que se registra crescimento na renda média neste ano. O aumento foi de 3,2% em relação a abril, em que o rendimento mensal atingiu R$ 944,00. Os dados são da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos). Segundo a pesquisa, houve também um crescimento do rendimento médio dos assalariados, de 1,9%, o que significa uma média de R$ 1.038,00.
A massa dos rendimentos, ou a soma do que ganharam todos os trabalhadores, cresceu 5,4%. Esse aumento foi ocasionado, segundo a pesquisa, pelo aumento do número das pessoas ocupadas, pela criação de postos de trabalho com melhores salários e pelas negociações sindicais de reajustes. Segundo o coordenador da pesquisa, Clemente Ganz Lúcio, "esse aumento pode trazer novos benefícios, gerando mais empregos, já que há mais dinheiro para as pessoas gastarem".
A pesquisa também indicou uma queda na taxa de desemprego pelo segundo mês consecutivo. Em junho foram criados 107 mil postos de trabalho, 49 mil a mais do que as 58 mil pessoas que entraram no mercado de trabalho. Também foi a primeira vez que a soma das pessoas com alguma ocupação mais as que estão procurando emprego, ou como é chamada a População Economicamente Ativa (PEA), passou de 10 milhões de pessoas.
Em todos os setores houve aumento de postos de trabalho. Em números absolutos, o maior crescimento foi no setor de serviços, com a criação de 56 mil postos (1,3%). Na indústria foram criadas 28 mil vagas (1,8%), no comércio, 18 mil (1,3%). Nos outros setores, que compreendem serviços domésticos e construção civil, ocorreu uma pequena variação, de 0,5%, com a criação de 5 mil vagas.
Entre as quedas, Ganz destaca a redução de empregos (- 6,7%) na indústria de alimentação, considerada elevada. Na avaliação de Ganz, é o único ponto destoante do quadro geral da indústria e que deverá ser acompanhado nos próximos meses. Também houve redução de vagas em algumas áreas do setor de Serviços e na Construção Civil, mas não tão significativas, segundo Ganz.