Christiane Peres
Repórter da Agência Brasil
Brasília – As associações de caminhoneiros divergem quanto ao resultado da greve ocorrida nesta segunda-feira, dia 26. Segundo o presidente da Cooperativa Brasileira dos Caminhoneiros e membro da Frente Nacional do Transporte Rodoviário de Carga, Nélio Botelho, não havia motivos para se fazer greve nesse momento, já que a categoria está negociando uma pauta de reivindicações com o governo federal. A Frente Nacional integra várias entidades representativas dos caminhoneiros.
Nélio Botelho nega que a greve promovida especificamente pela Associação Nacional dos Caminhoneiros (Abcam) tenha acontecido. "A Frente Nacional montou há 48 horas uma base de monitoramento em todo o Brasil, não havendo no país nenhum movimento grevista", disse. Botelho ainda garantiu que não haverá paralisação por parte dos caminhoneiros nos próximos dias.
Já o presidente da Abcam, José da Fonseca Lopes, rebateu a declaração. Segundo dados divulgados por Fonseca, o Rio Grande do Sul teve quase 100% de adesão e em outros estados brasileiros, como Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso, Goiás, Bahia e Minas Gerais o apoio também foi grande, variando de 20% a 50%. A Abcam afirma que as manifestações atingiram o objetivo de colocar em discussão a utilização da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para recuperação das estradas brasileiras.
O secretário de Política Nacional de Transportes do Ministério dos Transportes, José Augusto Valente, disse que num primeiro balanço da greve não houve conflitos, nem sinal de problemas nas estradas e portos do país. Indagado sobre o tamanho da paralisação, Valente afirmou: "a manifestação não foi significativa". O ministério não constatou nenhum prejuízo nos portos e rodovias. Após reunião interna, ocorrida na tarde desta segunda-feira, o secretário ressaltou que o governo vai continuar trabalhando para viabilizar as reivindicações da categoria.