Farmacêutica questiona o futuro da Farmácia Popular

26/07/2004 - 14h33

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A farmacêutica e professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Clair Castilhos, é temerosa em relação ao futuro do programa de farmácias populares. Coordenadora da 1ª Conferência Nacional de Medicamentos e Assistência Farmacêutica, realizada em setembro do ano passado, Clair acredita que a proposta das farmácias populares não é compatível com a do Sistema Único de Saúde (SUS) de oferecer medicamentos gratuitos à população.

"O farmácia popular é um serviço isolado, que vende medicamentos a preços mais baratos. O problema é que, do ponto de vista da legislação, nesses moldes ele não poderá ser financiado pelo orçamento do SUS, o que compromete o seu futuro", afirma. Na opinião de Castilhos, o governo deveria primeiro estruturar o SUS, com a instalação, ampliação e melhoria da rede de farmácias das unidades sanitárias.

Para a coordenadora nacional do Programa Farmácia Popular, Jamaira Moreira Giora, compete ao governo atender a todas as camadas da população. Ela afirma que um dos objetivos do programa é atender o usuário que tem plano de saúde mas não tem dinheiro para comprar medicamentos na rede privada. "O SUS deve ser melhorado, mas não podemos ficar paralisados porque ele ainda não funciona 100%. Os problemas do SUS não foram instalados ou piorados com a criação das farmácias populares", diz.