Brasília, 22/7/2004 (Agência Brasil - ABr) - "A Justiça Eleitoral ainda não conseguiu monitorar os instrumentos das pesquisas de opinião pública que são utilizados para distorcer o processo eleitoral", afirmou o consultor político Gaudêncio Torquato, no programa "Diálogo Brasil", apresentado na noite de ontem pela TV Nacional, em rede com a TV Cultural de São Paulo e a TV Educativa do Rio de Janeiro. O programa é gerado semanalmente para mais 822 pontos de transmissão no país e será reprisado no sábado.
Para o consultor, o marketing político tem afastado o eleitor do processo político ao padronizar as campanhas em todo o país, mas, mesmo assim, o eleitor brasileiro sabe distinguir uma promessa mirabolante de uma promessa viável.
O publicitário Paulo Tarso discordou da afirmação e ressaltou que o marketing é um eficiente instrumento de divulgação do político e de seu programa de governo. Para o professor Marcus Figueiredo, um bom programa eleitoral, que saiba conciliar emoção e razão, pode prender a atenção do eleitorado e definir o resultado de uma eleição.
Paulo de Tarso destacou que o Brasil possui uma legislação eleitoral bastante sólida, mas ressalvou que questões como o abuso do poder econômico e o direito de reposta dos candidatos ainda podem ser aperfeiçoadas. Em entrevista apresentada na abertura do programa, o também publicitário Nelson Biondi sugeriu que o Tribunal de Contas da União deveria fiscalizar o cumprimento das promessas de campanha feitas pelos candidatos.
Para o professor de Ciência Políticas Marcus Figueiredo, que participoi do programa nos estúdios do Rio de Janeiro, "nenhum candidato é eleito por suas promessas de campanha, mas por um programa de intenções que pode ou não ser realizado". Ele acrescentou que o eleitor brasileiro tem plena consciência de que a campanha política é um jogo de intenções e sabe diferenciar o que é proposta de governo do que é simples "bla-blá-blá".