Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O atual ambiente de estabilidade econômica contribui para a atração de investimentos na próxima rodada de licitações para exploração de petróleo e gás no Brasil que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) realizará em agosto deste ano. A expectativa é de que esse leilão será bem melhor do que os anteriores, principalmente a quinta e quarta rodadas, que não despertaram interesse muito grande das empresas.
Essa avaliação positiva é do presidente da Agência, embaixador Sebastião do Rego Barros, ao participar no Rio do seminário pela Associação de Negociadores de Petróleo (AIPN). O aparecimento de sinais positivos de reservas encontrados nos 2 últimos anos reforça essa tese. A oferta dos blocos devolvidos à ANP pela Petrobrás, que eram aguardados com ansiedade pelo mercado, constitui um fator adicional de otimismo em relação ao leilão, porque eles envolvem mais informações geológicas, disse Barros. Serão oferecidos 913 blocos em 12 bacias.
O embaixador afirmou que, apesar das dificuldades na área tributária e de uma certa instabilidade nas regras, o Brasil é uma boa oportunidade para investimentos no setor, uma vez que tem estabilidade institucional. Deixou aos participantes do seminário uma mensagem de otimismo. "Não somos ainda uma Arábia Saudita, e possivelmente não seremos nunca, mas somos uma fronteira nova".
Há, segundo Rego Barros, um enorme potencial a ser descoberto no país, onde apenas 7% das bacias sedimentares são conhecidas geologicamente. O Brasil possui somente 20 mil poços furados desde a criação da Petrobrás, em 1952, contra 2 milhões nos Estados Unidos. O número total de poços do Brasil equivale ao que o Canadá fura anualmente. Isso tudo reforça a expectativa positiva da ANP em relação ao sexto leilão para exploração de petróleo e gás.