Apenas 30% das pessoas infectadas por doenças sexualmente transmissíveis procuram atendimento médico

22/07/2004 - 12h31

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Uma estimativa recente do Ministério da Saúde aponta que 10 milhões de novos casos de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s) surgem por ano no Brasil. Das pessoas contaminadas, apenas 30% procuram os serviços de saúde. No total, o Brasil tem uma prevalência de mais de 30 milhões de infecções sexuais.

Para reforçar as políticas de prevenção e controle das DST’s, o Programa Nacional de DST/Aids do MS realiza, nesta quinta e sexta-feira, a 1ª Oficina sobre Prevenção e Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis.

Uma das coordenadoras do evento, a técnica Helena Brígido, explica que o preconceito associado às DST’s faz com que muitas pessoas prefiram se automedicar, sem no entanto curar a doença. "Eles procuram farmácia, amigos, se automedicam ou não fazem absolutamente nada. Como algumas DST’s involuem espontaneamente, a pessoa acha que está curada e continua transmitindo a doença", explica.

O assessor técnico do Programa Nacional de DST/Aids, Fábio Moherdaui, explica que é necessário ensinar a população a reconhecer os sintomas e sinais de uma DST. "Um simples corrimento vaginal ou ferida podem ser sinais. Também é importante facilitar o acesso das pessoas aos sistemas de saúde, públicos ou privados, a fim de que as pessoas recebam atendimento rápido e eficaz".

Fábio explica que a maior dificuldade para combater as DST’s é ausência de sintomas na grande maioria dos casos, o que dificulta o diagnóstico e tratamento precoce. "As DST’s que apresentam sinais e podem ser conhecidas pelos sistemas de saúde são apenas a ponta de um iceberg", compara o médico.

Saiba quais são as principais doenças sexualmente transmissíveis.