Nádia Faggiani
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) divulgou a lista de 79 instituições qualificadas a apresentar projetos para o desenvolvimento do Sistema Brasileiro de TV Digital. Foram 90 propostas de habilitação recebidas em resposta ao edital lançado em maio. Segundo o analista da Finep, André Nunes, o resultado superou as expectativas, já que era esperada a participação de apenas 60 instituições.
A lista das instituições pode ser conferida no site www.finep.gov.br. De acordo com o Ministério das Comunicações, serão liberados R$ 50 milhões para o programa de construção do Sistema Brasileiro de TV Digital, recursos vindos do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel). O programa é realizado em parceria entre a FINEP e os Ministérios das Comunicações e da Ciência e Tecnologia.
Nessa primeira fase, os candidatos tiveram somente que provar estar aptos a realizar os projetos. Na próxima etapa, as instituições deverão apresentar projetos que solucionem problemas apresentados no setor. Os temas prioritários do setor, segundo a Finep, são transmissão e recepção, codificação de canal e modulação; camada de transporte; camada de
interatividade; codificação de sinais fonte; middleware; serviços, aplicações e conteúdo.
Hoje existem três padrões de sistema digital em uso: o da Europa, Japão e EUA. Em vez de adotar um dos sistemas, o governo brasileiro pretende desenvolver um padrão próprio, que atenda às necessidades do mercado nacional. Dados do governo, divulgados pelo Ministério das Comunicações, mostram que menos de 8% dos brasileiros nas cidades têm acesso a internet e,
na região rural, o índice é de apenas 0,02%.
O analista da Finep, André Nunes, afirma que com um modelo próprio de TV digital, o Brasil economizaria com o não pagamento de royalties a empresas internacionais. Os japoneses e europeus usam para áudio e vídeo um programa cujo royalty custa cerca de US$ 2,50 por cada televisor. Já os americanos usam essa tecnologia apenas no vídeo e optaram pelo sistema Dolby para o áudio, que obriga um pagamento de US$ 5 pelo pacote. Os três sistemas usam tecnologias diferentes para os softwares e os royalties cobrados por estes programas custam de US$ 7 a US$ 20. No total, o Brasil pode poupar por televisor até US$ 25.
De acordo com o IBGE, existem no País aproximadamente 54 milhões de aparelhos de TV. Para aproveitar todo este parque nacional instalado, segundo o Ministério das Comunicações, seria necessário o desenvolvimento de transcodificadores que, na prática, fazem com que uma TV comum funcione como uma digital ou um computador conectado à internet. A expectativa é que o Brasil consiga fabricar um transcodificador que custe R$ 150 ao consumidor final. O preço do japonês é cerca de R$ 270.
Com informações da FINPE