Recife tem programa para tratamento da elefantíase

19/07/2004 - 15h02

Márcia Vonghon
Repórter da Agência Brasil

Recife – Segundo dados da Fiocruz, a capital pernambuca concentra o meior número de casos de elefantíase do Brasil. A doença atinge cerca de 17 mil moradores de Recife, que são atendidos pela rede pública de saúde. A Secretaria Municipal de Saúde mantém um programa para prevenção e diagnóstico da filariose – nome científico da doença –, que inaugurou um novo posto volante para atendimento da população.

O novo posto está localizado em um grande hiper-mercado do bairro de Boa Vigem e vai facilitar o acesso gratuito da população ao exame de sangue, que visa identificar a existência dos parasitas que causam a filariose. Os técnicos da secretaria estão no local entre as 22 horas e a meia-noite. De acordo com a médica Bernadete Antunes, gerente do Segundo Distrito Sanitário, onde há registro de maior incidência de casos, as amostras para o diagnóstico só podem ser coletadas à noite, horário apropriado para identificação do parasita na circulação sanguínea.

A doença é transmitida pela picada do mosquito Culex e os sintomas da filariose vão desde febre, dor de cabeça, até edema de membros inferiores e erisipela, podendo na fase cônica, resultar em elefantíase – inchaço desproporcional das pernas e hidrocele – aumento da bolsa escrotal, no homem.

Bernadete Antunes disse ainda que o programa municipal de controle da doença foi reconhecido pela Organização Panamericana de Saúde. O projeto disponibiliza orientações sobre prevenção, exames e tratamento, além de fazer a limpeza de córregos, esgotos e canais, onde o mosquito se desenvolve. "O tratamento realizado por meio do programa no meio ambiente, com uso de larvicida biológico, conseguiu reduzir em 30% o número de insetos circulando por quarto, a cada noite, no período de um ano", observou a médica.