Brasília, 16/7/2004 (Agência Brasil - ABr) - O termo proteoma refere-se ao conjunto de todas as proteínas codificadas pelos genes, que intervêm nos processos biológicos de uma espécie. A partir da caracterização molecular e identificação de seus componentes bioativos, é possível levantar alvos farmacológicos, criar reagentes para diagnósticos clínicos e desenvolver imunobiológicos de interesse socioeconômico.
É esse o objetivo da Rede Nacional de Proteoma, criada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), com o intuito de capacitar e desenvolver massa crítica na área de biotecnologia.
Por já terem infra-estrutura e capacitação técnica no estudo de proteomas, pretende-se incrementar a interação e cooperação entre equipes de pesquisa do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal. Minas sediará um dos laboratórios centrais da Rede, dedicado ao desenvolvimento de drogas anti-hipertensivas, insenticidas e anti-microbianas, a partir do veneno do escorpião amarelo (Tityus serrulatus), característico do estado.
Uma dos sintomas do organismo humano após a picada dessa espécie de aracnídeo é a queda da pressão arterial. Por isso, acredita-se que estudos nesse sentido possibilitem o desenvolvimento de um medicamento eficaz para combater a doença. Hoje, uma droga bastante utilizada contra a hipertensão é produzida a partir do veneno de serpentes.
Pesquisadores de seis instituições mineiras estarão envolvidos no trabalho, dentre as quais, destacam-se a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Centro de Pesquisas René-Rachou e a Fundação Ezequiel Dias (Funed). "O estudo de proteomas é uma das principais áreas de pesquisa na era pós-genômica e essencial para comprovação biológica do conhecimento adquirido nos projetos genomas", diz o coordenador da Rede em Minas e professor do Departamento de Bioquímica e Imunologia da UFMG, Ricardo Gazinelli. (Ascom Fapemig)