Presidente da CNI pede revisão do reajuste na contribuição das empresas para o INSS

16/07/2004 - 17h32

Nelson Motta
Repórter Agência Brasil

Brasília – O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, se reuniu com o presidente Luiz Inácio da Silva para discutir o aumento da contribuição previdenciária cobrada do empregador. O valor subiria de 20% para 20,6% para custear o pagamento da correção das aposentadorias e pensões com defasagem entre 1994 e 1997.

Ao fim da reunião, Monteiro disse que argumentou ao presidente sobre o reflexo nos preços e até sobre possíveis demissões caso o reajuste entre em vigor. O presidente da CNI afirmou que Lula prometeu reavaliar a forma do aumento anunciado hoje. Segundo informações do Ministério da Previdência Social, o reajuste para os aposentados vai custar R$ 2,3 bilhões por ano.

"O presidente Lula compartilha dessa preocupação e quer ainda fazer uma reavaliação desse assunto na próxima semana. Ele disse que vai inclusive conversar com o ministro Palloci e poderá inclusive, voltar a conversar com o setor empresarial na próxima semana", afirmou o presidente da CNI.

Armando Monteiro Neto explicou que na maioria das vezes o aumento da contribuição previdenciária é repassado ao sistema de preços. Segundo ele, quem não poder repassar para o sistema de preço, vai ter aumento de custo, o que pode causar demissões. "Portanto essa elevação dos encargos que incidem sobre o salário, seria um péssimo sinal nesse momento", disse

A decisão tomada hoje pelo governo beneficia com um reajuste as contribuições previdenciárias dos aposentados e pensionistas que, entre 1994 e 1997, passaram pela defasagem do salário mínimo. Cerca de 1,8 milhão de pessoas terão direito a receber o reajuste e o passivo referente estes anos.