Associação pede mais ações para dar dignidade às prostitutas

16/07/2004 - 17h24

Brasília, 16/7/2004 (Agência Brasil - ABr) - A coordenadora-geral da Associação Pernambucana das Profissionais do Sexo (APPS), Nanci Feijó, disse que é preciso desenvolver ações para dar dignidade às mulheres que exercem essa atividade. Nanci reconhece que o simples fato de estar participando da I Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres já é um grande avanço.

"A discriminação contra as prostitutas é muita. Então, nunca se viu uma prostituta numa conferência sobre mulheres ou de direitos humanos", comemora Nanci Feijó, prostituta há 26 anos.

"Veja bem, eu gosto de ser chamada de prostituta. Profissional do sexo é um termo que inventaram para aprovar os projetos e ficar bonitinho. Mas eu sou prostituta, com o maior orgulho. Eu sempre digo que é muito fácil você dizer que é doutora, juíza, promotora, isso e aquilo. Mas para uma pessoa se apresentar como prostituta, ela tem que estar com a auto-estima lá em cima e querendo que as pessoas a respeite como uma cidadã", afirmou.

Nanci Feijó reclamou que é preciso capacitar melhor os profissionais de saúde para melhorar a qualidade do atendimento às prostitutas. "Eu já sofri discriminação. Quando eu disse ao médico que era prostituta, ele se afastou", conta.

Em Pernambuco, a APPS desenvolveu uma campanha para sensibilizar médicos, agentes de saúde, policiais civis e militares e guardas municipais. Segundo Nanci, a campanha melhorou o atendimento médico e diminuiu a violência policial contra prostitutas.