Professora diz que segue vocação para mudar os rumos do país

15/07/2004 - 6h51

Brasília, 15/7/2004 (Agência Brasil - ABr) - Mesmo com os problemas do dia-a-dia, serviços acumulados em casa e mais tarefas no trabalho, ser professora tem sido a rotina de Walkíria Barbosa há 20 anos. Estar em sala-de-aula deixou de ser profissão e passou a ser paixão. "Eu escolhi ser professora, foi por vocação mesmo", conta ela.

Walkíria leciona para alunos de 1ª à 4ª série numa escola pública do Distrito Federal e nem pensa em deixar a sala-de-aula dos pequenos. Aos 50 anos de idade, já está fazendo o mestrado e poderia estar dando aulas para "marmanjos", mas prefere se dedicar aos primeiros anos dos alunos, segundo ela mesma, os melhores para formar o caráter de uma pessoa.

Como educadora, reclama da ausência das famílias na criação dos filhos, na construção dos valores morais e éticos das crianças. "Os pais não participam mais da vida dos filhos", destaca ela. Mas apesar de todas as dificuldades, Walkíria diz gostar do que faz. "Eu continuo sendo professora porque eu tenho certeza que a educação pode mudar os rumos do Brasil", conclui.

Novas experiências

Quem ainda nem chegou a estar numa sala-de-aula como professora, mas se sente a própria, é a recém-formada Camila Gomes: tem metade dos anos de experiência de Walkíria, mas o dobro dos sonhos. "É isso que eu quero para minha vida", afirma ela com entusiasmo.

Camila se formou em Letras e vai ser professora de português, mas antes de terminar o curso, ainda teve dúvidas se essa era mesmo a profissão ideal. As dificuldades de ser professor, no Brasil, fizeram com que ela pensasse duas vezes. "À medida que fazia o curso ia me encontrando", explica.

A futura professora disse acredita que se dedicar à profissão, hoje, é uma questão de "amor à causa". Segundo ela, as dificuldades do dia-a-dia são barreiras naturais, mas querer ser um professor de qualidade, não importa se na rede pública ou particular, é lutar por um ideal. "O que existe no Brasil não está bom, de jeito nenhum. Quem entra para esse meio não está se importando muito com o salário, mas com o amor à causa", defende Camila.