Presidente da União de Juristas Católicos acha que anencefalia pode ter cura

15/07/2004 - 0h15

Brasília, 15/7/2004 (Agência Brasil - ABr) - "Essa é uma patologia grave, uma doença, uma deficiência que hoje a ciência não tem como cuidar, como não tinha condições de cuidar da gripe no século XIX. A Aids matava há 30 anos; hoje, mata muito menos", disse o presidente da União dos Juristas Católicos, Paulo Leão, durante o programa "Diálogo Brasil", da TV Nacional, na noite de ontem.

O programa teve como tema se a interrupção de gestação de feto anencefálico é aborto ou não.
Para Paulo Leão, a questão é clara. Ele é contra a decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que permite o aborto em mulheres cujo feto tenha anecefalia. Segundo Leão, na decisão do ministro Marco Aurélio não há o contraditório. "Não há sequer prova analisada pelo judiciário", disse.

A antropóloga Débora Diniz discordou de Paulo Leão no programa. "Nós não temos anencéfalos entre nós. Chamar de criança alguém que vive por sete minutos é uma tortura para as mães. O que essas mulheres precisam é de conforto espiritual neste momento", disse. De acordo com o ginecologista José Pinotti, outro participante do debate, o diagnóstico da doença hoje é precoce e seguro. "Já na 12ª ou 13ª semana de gestação é possível obter o diagnóstico", disse.