Nadia Faggiani
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O diretor de Assuntos Corporativos da Nestlé, Carlos Facchine, considerou positiva a decisão de ontem (14) do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), de julgar a admissibilidade do pedido de reapreciação da compra da fábrica Chocolates Garoto.
Segundo o empresário, a análise de mérito adiada para o próximo dia 28 deste mês pode ser considerada como um ponto favorável à multinacional suíça. "Quando um conselheiro pede vistas, pressupõe-se que ele tem o objetivo de analisar o processo, as condições materiais, financeiras e econômicas. Significa que o processo de análise continua dentro do Cade", afirmou.
Facchine justificou que a proposta oferecida pela Nestlé de abrir mão de 10% de sua participação no negócio vai permitir a uma nova empresa herdar as marcas, ativos e equipamentos correspondentes.
O diretor da multinacional afirmou que a oferta de compra desse percentual será feita a seis empresas interessadas na compra dos ativos, após a aprovação pelo Cade. A operação deverá ser coordenada por uma instituição financeira internacional e idônea também aprovada pelo colegiado. Carlos Facchine anunciou que serão assegurados os empregos dos funcionários da Garoto, de Vila Velha (ES), onde fica a sede da empresa brasileira.
A Nestlé comprou a Garoto em 28 de fevereiro de 2002, por US$ 250 milhões, porque a empresa brasileira passava por uma situação econômica difícil. O Cade reprovou a transação em fevereiro deste ano, justificando que a operação provoca concentração no mercado de chocolates e prejudica consumidores, funcionários da empresa e a concorrência.