Mulheres do Pantanal representam região pobre do Alto Rio Paraguai

15/07/2004 - 19h09

Marina Domingos
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Foram mais de dois dias na estrada para chegar à Brasília e lutar por um objetivo comum: direitos iguais e oportunidades de trabalho. O grupo de sete mulheres deixou a região do Alto Rio Paraguai, no Pantanal, para participar da 1ª Conferência Nacional de Políticas para Mulheres, em Brasília.

O grupo é um dos mais pobres entre as delegações presentes na conferência. As mulheres pantaneiras chegaram até Brasília pelo esforço da organização não-governamental Aguapé que trabalha com nove comunidades da região do Alto Rio Paraguai. Entre as comunidades, estão quilombolas, assentamentos e tribos indígenas das etnias Terena e Kadiwéu.

"Essas mulheres estão em busca de visibilidade. De tentar fazer do artesanato fabricado por elas, o sustento de suas vidas e de suas famílias", diz Cleide Amador, coordenadora do grupo pantaneiro. As mulheres trabalham principalmente com cerâmica, artesanato de fibra natural e tecelagem. A proposta do grupo é se organizar e produzir mais de maneira sustentável, ou seja, utilizar os recursos do Pantanal na sua subsistência sem degradar o ambiente.

Para a indígena Kadiwéu, Maria de Fátima Matexuê, a própria organização dentro da tribo na hora dos afazeres domésticos, facilitou a organização das mulheres que se reuniram para vender seu artesanato. "É a primeira vez que participamos de um evento tão importante e queremos contribuir da melhor maneira", disse Matexuê.