Leonardo Stavale
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Um grupo de trezentos desempregados organizou na manhã desta quinta-feira um acampamento no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (MASP), na avenida Paulista. O acampamento antecipa na capital as manifestações do Dia Nacional de Lutas e Mobilizações "O Brasil Quer Trabalhar", marcado para sexta-feira (16). Nesse dia, uma passeata pedindo mudanças na política econômica do país seguirá da Praça Osvaldo Cruz até a sede paulistana do Banco Central.

A organização dos atos é da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), que agrega a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), União Nacional dos Estudantes (UNE) e Central de Movimentos Populares (CMP), entre outras.

O secretário geral da CUT-SP, João de Oliveira, criticou a política econômica de superávit primário em 4,5% e a taxa de juros interna em torno de 16%. Para ele, taxas como essas geram desemprego e miséria. "É da saúde e da educação que são tirados recursos para pagar essa maldita dívida externa".

Oliveira considera relevantes as notícias do recorde histórico mensal da indústria paulista - que criou mais de 12 mil novos postos de trabalho em junho - e os 830 mil novos empregos criados no primeiro semestre, anunciados pelo ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini. "Nós temos a convicção de que emprego é emprego, ainda mais sendo formal, então começa a haver a mudança". Oliveira pondera, entretanto, que os postos de trabalho criados estão voltados para exportação e agronegócio.