CUT pede medidas urgentes para combater o desemprego

15/07/2004 - 19h34

São Paulo, 15/7/2004 (Agência Brasil - ABr) - O presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Luiz Marinho, afirmou nesta quinta-feira que a classe trabalhadora necessita de medidas urgentes para combater o desemprego. Segundo ele, se não ocorrerem investimentos em setores como o de infra-estrutura, o crescimento anunciado pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) "se esgotará rapidamente". Em sua avaliação, o número recorde de contratações da indústria paulista, com a criação de 12 mil vagas em junho, deve ser comemorado, "mas aconteceu com base na capacidade instalada ociosa. Não podemos nos contentar".

A CUT organiza amanhã, em todo o país, o Dia Nacional de Mobilização na Luta por Emprego e Salários. "A manifestação é a favor do Brasil, do desenvolvimento e crescimento econômico, da classe trabalhadora", defendeu Marinho.

O sindicalista declarou que apesar da economia brasileira apresentar sinais de recuperação, que se refletem no aumento do nível de emprego, é necessário definir medidas para "um crescimento sustentado e contínuo respondendo ainda mais rapidamente às necessidades da geração de empregos no país".

De acordo com Marinho, o controle da inflação e a estabilidade da moeda não são suficientes para ampliar o crescimento econômico. Ele pede mais ousadia na condução da política econômica. Segundo o sindicalista, o governo tem de colocar na mesma ordem de importância a criação de emprego e renda como vem fazendo no controle da taxa de juros, da inflação e meta do superávit primário.

O evento de amanhã pretende também dar início às campanhas salariais de 38 categorias dos setores público e privado, que ocorrem no segundo semestre. Na pauta de reivindicações estão o aumento salarial e das garantias sociais, redução de jornada e antecipação da data-base de novembro para setembro.

Cerca de 300 desempregados estão acampados, desde a manhã desta quinta-feira, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (MASP). Eles também participarão da manifestação a partir das 9h. Os manifestantes seguirão até a sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), para a entrega de um documento com suas reivindicações. A manifestação terminará por volta do meio-dia, com ato político em frente ao prédio do Banco Central, na Avenida Paulista.

A CUT em São Paulo conta com 306 sindicatos filiados e representa 3,5 milhões de trabalhadores.