Brasília, 14/7/2004 (Agência Brasil - ABr) - O projeto Arca das Letras, que pretende incentivar a leitura em comunidades rurais com a doação de bibliotecas, chega hoje à comunidade remanescente de quilombo na Restinga da Marambaia, no Estado do Rio de Janeiro.
Neste ano, a Secretaria de Reordenamento Agrário do Ministério do Desenvolvimento Agrário, responsável pelo programa, já implantou 104 dessas bibliotecas, com cerca de 200 livros cada. O foco do projeto são as comunidades de agricultores familiares, assentamentos da reforma agrária e áreas remanescentes de quilombos no sertão nordestino.
Frankdalva Moura, 17 anos, é uma das beneficiadas pelo projeto. No Projeto de Assentamentos Talheiros III, no município de Upanema (RN), ela trabalha como agente de leitura. E explica: "Nossa comunidade é grande, são cerca de 200 famílias, mas não tinha nenhuma biblioteca. Eu mesma não gostava de ler, mas depois da Arca já estou até gostando."
Para a coordenadora do programa, Cleide Soares, a Arca das Letras promove o acesso à informação, favorece a ascensão educacional e promove o lazer e o entretenimento da comunidade rural. "As comunidades têm recebido as bibliotecas com muita expectativa, pois os livros são um meio de informação necessário para que elas atinjam outros benefícios", afirma. A coordenadora informa ainda que o processo de organização é discutido com os moradores: "Eles indicam o local onde a biblioteca vai ficar, escolhem os agentes e os livros que querem ter."
A iniciativa está integrada a outros ministérios: o do Meio Ambiente doa madeira apreendida pelo Ibama; o da Justiça viabiliza a produção das caixas-estantes, fabricadas nas marcenarias de presídios estaduais; e o da Educação coordena a doação de livro para o acervo.
O trabalhador rural que quiser inscrever sua comunidade para receber a Arca das Letras, deve procurar a sede estadual do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) ou entrar em contato com a Secretaria de Reordenamento Agrário, em Brasília.