Gabriela Guerreiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os 300 jovens e adolescentes que estão reunidos desde o início da semana no 1º Encontro Nacional de Adolescentes, em Brasília, fizeram hoje uma manifestação em frente ao Palácio do Planalto para cobrar ações práticas do governo federal voltadas para a juventude. Com faixas, cartazes e muita música, os jovens pediram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que consiga implementar todas as diretrizes previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente, além de ampliar as ações públicas em benefício dos jovens.
Uma comissão formada por seis jovens e representantes da organização não-governamental Visão Mundial, que organizou o encontro, foi recebida pelo secretário de Articulação Social da Secretaria Geral da Presidência, Beto Curi, para entregar o documento final elaborado pelos jovens. Endereçado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o documento pede ações na área de saúde, educação, trabalho, emprego, direitos e garantias das crianças e adolescentes.
A maior reivindicação dos jovens, porém, é que o governo consiga "tirar do papel" as principais determinações previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente, como a garantia de que os centros de socialização dos jovens infratores sejam espaços educativos r profissionalizantes, a não-redução da maioridade penal, e a erradicação do trabalho infantil. "Viemos reivindicar a importância do estatuto. Ele deve ser praticado, em ao mudado", disse o jovem Ramon Bonfim Barros, de 16 anos, que veio de Salvador (BA) para participar dos debates.
Já a adolescente Kátia Coelho, de 13 anos, afirmou que o seu maior desejo é ver os jovens que vivem no município de Caricáia (CE), onde mora com a família, conseguirem ter maior acesso à saúde e educação. "Tudo por lá é difícil. Temos que acordar de madrugada, enfrentar filas. Mas a força dos jovens contagia, e temos certeza que o governo vai nos ouvir. Como o presidente Lula quer que nós sejamos o futuro, se ele não está nos dando o presente?", indagou.
Os jovens ressaltaram, porém, que o governo vem se esforçando para ampliar as ações para os adolescentes, especialmente depois da criação do Grupo de Trabalho, no âmbito da Secretaria Geral da Presidência, que discute uma nova Política Nacional para a Juventude. "O que mais falta hoje são políticas públicas para os jovens. E esperamos que o governo consiga colocar isso em prática", resumiu o garoto Ramon Bonfim.