São Paulo, 13/7/2004 (Agência Brasil - ABr) - O nível de endividamento da população da Grande São Paulo caiu em julho, mas o risco de inadimplência (contas em atraso) continua crescendo. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP). Realizada mensalmente, a amostragem da Fecomércio é feita com mil pessoas em um único dia da primeira semana de cada mês. No início de julho, 65% dos consumidores tinham dívidas (com cheque especial, cartão de crédito, empréstimos pessoais e prestações em geral), contra 72% em junho. Do total de endividados, o percentual de pessoas com contas em atraso subiu de 47% para 48%.

A redução no endividamento em julho era esperada pela assessoria econômica da Fecomércio, uma vez que junho costuma ser o pior período de emprego e renda do ano. Segundo a entidade, nessa época os consumidores ainda estão pagando dívidas do Natal, não têm entrada extra de renda e costumam ocorrer aumentos de preços.

A pesquisa de julho aponta outro indicador positivo: o comprometimento médio da renda dos endividados com seus débitos caiu de 39%, em junho, para 32%. Na avaliação da Fecomércio, isso pode indicar um "início de melhoria na economia". A assessoria econômica da entidade ressalva, no entanto, que essa tendência só poderá ser confirmada se os números continuarem em queda nos próximos meses. "Para que isso ocorra, é necessário um maior aquecimento do ritmo econômico, com recuperação de emprego e renda", conclui o relatório da Fecomércio.