Viúva de Toninho do PT diz que apoio da OAB traz novo alento

05/07/2004 - 17h14

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - A visita de uma comissão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), para averiguar o inquérito e o processo do assassinato do prefeito de Campinas, Antônio da Costa Santos, trouxe "um novo alento" à viúva, a psicanalista Roseana Moraes Garcia. Roseana disse à Agência Brasil que não se sente mais sozinha.

Antônio da Costa Santos, conhecido como "Toninho do PT", foi assassinado a tiros em 10 de setembro de 2001. O processo de inquérito de sua morte está para ser arquivado, mas Roseana acredita que é necessária uma revisão do caso. A seu pedido, três membros da OAB foram hoje à cidade para consultar os documentos judiciais, ouvir depoimentos e, a partir daí, fazer ou não uma recomendação. A expectativa de Roseana é de que haja uma intervenção federal.

Para a polícia, que já encerrou o inquérito, Toninho foi assassinado por acaso por criminosos chefiados pelo seqüestrador Wanderson Newton de Paula, o Andinho. Toninho morreu vítima de disparos de uma pistola 9 mm, próximo de sua residência, ao lado da Rodovia D. Pedro I. Segundo a polícia, ele casualmente atrapalhou a fuga da quadrilha de seqüestradores, por estar dirigindo devagar. Dos suspeitos apontados pela polícia, sobreviveu apenas Andinho, que nega participação no crime. Na avaliação de Roseana, ainda há pontos a serem esclarecidos. Ela cita, como exemplo, a morte de dois integrantes da quadrilha, em Caraguatatuba, no litoral, "em uma operação da Polícia de Campinas".

Roseana acredita que Toninho pode ter sido assassinado por ter conduzido uma administração que atuava firmemente contra corrupção e desmandos e, em particular, contra a exploração ilegal no ramo imobiliário. O processo sobre o crime tramita no Tribunal de Júri de Campinas e está nas mãos do juiz José Henrique Torres.