São Paulo, 2/7/2004 (Agência Brasil - ABr) - O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, convocou hoje, em São Paulo, uma campanha contra a burocracia e pelo aumento da eficiência. Segundo Furlan, a burocracia não atinge apenas o setor público. É uma "epidemia", salientou

"Calculo que jogamos fora 5% do Produto Interno Bruto (PIB) por ano pela ineficiência, pelo retrabalho, pela burocracia", disse Furlan. "Não podemos mudar isso? Será que estamos conformados em ser um país eficiente na produção e ineficiente no sistema?", indagou Furlan.

O ministro também mencionou a precariedade da infra-estrutura do país como entrave para o crescimento. Ele afirmou que os números do segundo semestre não serão tão "vistosos" quanto os do primeiro semestre, numa referência ao superávit recorde da balança comercial, anunciado ontem.

"Não há condições de continuar acrescendo 30% às exportações com a infra-estrutura que temos: estradas, rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos, burocracia, trânsito aduaneiro", afirmou.

Furlan lembrou, como exemplo, que o Brasil gasta US$ 1 bilhão por ano apenas com a estadia de navios que ficam esperando para carregar.

O estímulo às pequenas empresas é outro aspecto importante, na avaliação do ministro. Segundo ele, no Brasil há quatro milhões de pequenas empresas que representam uma imensa parcela de empregos do país. No entanto, apenas 10 mil exportam, informou.

"Temos que multiplicar a organização das pequenas empresas não só para serem mais competitivas, mas para poderem ter musculatura de acesso ao mercado externo", afirmou.

Furlan fez as declarações durante almoço promovido pela Associação das Empresas Distribuidoras de Valores.