Brasília, 29/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - O PMDB, PSDB e PFL se uniram para evitar o esforço concentrado do Congresso, em julho, proposto pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e a base aliada do governo. "Não adianta fazer um esforço concentrado sem pauta definida", afirmou o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), acrescentando que concorda com a posição do PFL e do PSDB em deixar o esforço concentrado para agosto ou setembro.

O líder peemedebista disse que se governo quiser convocar extraordinariamente o Congresso para trabalhar em julho, que "assuma o ônus político deste ato". Segundo Calheiros, um esforço concentrado agora não teria uma pauta de prioridades definidas deixando a votação das matérias a critério das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado. E a convocação extraordinária, por sua vez, representaria o gasto de R$ 15,2 milhões em salários extras aos parlamentares.

A líder do PT no Senado, Ideli Salvati (SC), confirmou que a intenção do governo "é construir um calendário alternativo para não ter convocação extraordinária". Assim, a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) seria transferida para o dia 15, permitindo a votação de matérias importantes como o projeto de biossegurança e a reforma do Judiciário, defendeu a parlamentar.

Ideli Salvati é contra a transferência do esforço concentrado para depois o recesso parlamentar, como desejam PMDB, PFL e PSDB. Ressaltou que existem matérias relevantes para serem apreciadas, como o projeto de biossegurança. "Se o projeto de biossegurança não for votado agora, no início da safra, o governo terá que editar uma medida provisória regulamentando a questão", advertiu a líder petista.

O líder do PFL, senador José Agripino Maia (RN), lembrou que a tradição da Casa, em tempo de eleições, é realizar esforço concentrado após o recesso parlamentar, nos meses de julho e setembro, "e não fazer uma coisa atropelada, provocada, um esforço desnecessário e improdutivo, que é como eu vejo o que está proposto para o mês de julho".