Rio, 28/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - Trabalhadores da indústria naval e empresários do setor reivindicaram hoje que o presidente da República sancione a Medida Provisória 177 com o texto aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, a fim de evitar o erro cometido pelo governo anterior com o programa Navega Brasil, que nunca saiu do papel. A MP cria o Fundo de Garantia à Indústria Naval (FGIN), e transfere para o fundo R$ 400 milhões do Fundo de Marinha Mercante. A iniciativa asseguraria a construção de navios mesmo que seu valor superasse o patrimônio do estaleiro.
A manifestação foi liderada pelo coordenador do Fórum Intersindical dos Trabalhadores da Indústria Naval e Offshore, Luis Chaves. Ele revelou que a idéia é "aproveitar esse momento para demonstrar apoio à MP 177". De acordo com o vice-presidente executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma), Claudio Decourt, o Fundo de Marinha Mercante dispõe hoje de R$ 2 bilhões.
Os dirigentes do Syndarma afirmam que o ambiente é favorável para o setor naval no Brasil. De acordo com estimativa da entidade, um programa básico de renovação e ampliação da frota mercante nacional envolveria a construção de dez graneleiros, seis navios químicos, 23 navios de carga geral e 20 embarcações de apoio marítimo. Essas encomendas envolveriam investimentos de US$ 1,5 bilhão, o que representaria retorno de US$ 780 milhões em adicional de frete para renovação da Marinha Mercante e geração de 1,3 mil empregos diretos.
Os manifestantes participaram hoje da abertura da I Feira e Conferência da Indústria Naval e Offshore, no Armazém 6 do Porto do Rio de Janeiro.