Pesquisa Rodoviária CNT 2004 cobrirá cem por cento do território nacional

28/06/2004 - 16h03

em edição

Gilberto Evangelista
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A Pesquisa Rodoviária CNT 2004 vai avaliar mais 25 mil quilômetros de estradas federais, o que permitirá a inclusão das rodovias que cortam o Amapá e a cobertura de cem por cento do território nacional. Há nove anos, a Confederação Nacional do Transporte avalia as condições das principais rodovias do país. O Brasil possui cerca de 57 mil quilômetros de estradas federais. De acordo com o coordenador de Desenvolvimento de Transporte da CNT, Bruno Batista, o relatório final do estudo deverá ficar pronto até o início de outubro.

Além da malha federal, a pesquisa vai aferir mais 48 mil quilômetros de estradas estaduais - 10 mil da malha privatizada. Segundo a Confederação, "foram contempladas as ligações mais importantes para os transportadores de cargas e passageiros". Das rodovias pesquisadas em 2003, cerca de 58,5% foram classificadas como deficientes, péssimas ou ruins, considerando-se apenas as condições de pavimentação das vias.

Outros dois itens fazem parte da avaliação da CNT: a sinalização e a geometria das vias, que corresponde às características de engenharia encontradas nas estradas. De acordo com Bruno Batista, as situações são relativas e consideradas à parte. "Pavimento com trincas, buracos ou totalmente destruídos recebem notas diversas, que são somadas resultando em conceitos de ótimo a péssimo", explica. O coordenador ressalta que analisando os três itens em conjunto, verifica-se que 80% da malha pesquisada apresentam algum tipo de deficiência.

Batista afirma que o relatório com os dados da pesquisa deve sair até a primeira semana de outubro. "Esses resultados são enviados para o Ministério dos Transportes, Congresso Nacional, agências, governos estaduais, universidades, empresas de transporte, entre outros", explica. O coordenador acrescenta que essas informações são imprescindíveis na formulação de políticas públicas e estudos logísticos e científicos.

Um outro lado do trabalho que a CNT busca desenvolver é o acompanhamento do impacto dessas pesquisas na realidade brasileira. "Em 2002 e 2003, houve a inclusão, no nosso relatório, de um trecho rodoviário muito importante que liga Lorena (SP) a Poços de Caldas (MG) e que agora já conta com recursos para a melhoria de suas condições", afirma Batista.