Mantega estima que ampliação de pesquisa mostrará resultado mais real do desemprego

28/06/2004 - 17h55

Rio, 28/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - O ministro do Planejamento, Guido Mantega, estimou que, com a decisão do governo de ampliar para os 27 estados da Federação a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) a partir de 2006, a taxa de desemprego aberto do país deverá sofrer uma redução de um a dois pontos percentuais.

Atualmente, a pesquisa reflete as taxas de desemprego apuradas apenas nas seis principais regiões metropolitanas do país. Depois de ter atingido o recorde de desemprego de 13,1%, em abril, a pesquisa fechou o mês de maio em 12,2%.

De acordo com Mantega, a ampliação para todos os estados, dará ao governo e ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mais exatidão da dinâmica do emprego no país, principalmente demonstrando o crescimento da mão-de-obra em regiões metropolitanas menos desenvolvidas e também nas cidades do interior do país.

"Nós desconfiamos que hoje algumas regiões do interior apresentam uma oferta maior do emprego. Esta oferta não aparece na PME, que hoje só abrange as seis principais regiões metropolitanas. Com uma abrangência maior, nós acreditamos que os empregos em cidades do interior do país voltadas para o desenvolvimento dos agronegócios possam aparecer com mais clareza e demonstrar melhor a dinâmica do mercado de trabalho no país", disse o ministro. No bojo da ampliação da abrangência da pesquisa, o IBGE também estuda a possibilidade de unificar mais dois de seus principais estudos: a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) e a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD).

Está unificação foi pauta do encontro mantido hoje entre o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes, e o ministro Mantega. "Há toda uma preocupação do governo de, não só levantar melhor os números verdadeiro da situação do emprego no país, como também de melhorar os dados obtidos a respeito das melhorias propiciadas ao povo brasileiro a partir das políticas sociais introduzidas pelo atual governo", disse Mantega.

Com a ampliação, Mantega acredita em números mais precisos sobre o desemprego no país. "Teremos um termômetro mais preciso e detalhado do desemprego no Brasil. Desconfiamos de que algumas regiões do interior estão tendo aumento do emprego e as pesquisas podem não estar detectando isso, em função de sua abrangência restrita."

O presidente do IBGE destacou que há pelo menos três anos, os técnicos do instituto discutem as mudanças no arcabouço da PNAD, que pela sua abrangência é a pesquisa mais importante. "Na proposta do orçamento do Instituto no Plano Plurianual de Investimentos (PPA) para 2005, estamos incluindo recursos para a elaboração de um projeto a ser apresentado ao Ministério do Planejamento. Neste projeto estaria incluída a realização da PNAD de forma contínua".

Segundo ele, junto com a PNAD seriam feitas uma pesquisa de acompanhamento do emprego e, também de forma continuada, uma sobre o orçamento familiar dos brasileiros. A proposta do instituto é que a PNAD passe a ser trimestral, a POF, anual, enquanto a PME continuaria a ser mensal.

De acordo com o presidente do IBGE, ao longo deste ano os técnicos do instituto concluiriam os estudos e definiriam o modelo do projeto a ser encaminhado ao Planejamento, para a realização de testes pilotos já em 2005, com a simulação da pesquisa como um todo. Somente em janeiro de 2006 teriam início, de fato, as pesquisas de campo.