Nielmar de Oliveira
repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Com presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Rádio Nacional, líder de audiência nas décadas de 40 e 50 e o principal celeiro de artistas da era pré-televisão, será reinaugurada. A solenidade de entrega da rádio revitalizada, cujo alcance de transmissão foi ampliado para um raio de 100 quilômetros, ocorrerá na sexta-feira. A reinauguração só foi possível graças a uma parceria entre a Radiobrás e a Petrobras – que patrocinou as obras de reforma e a compra de novos transmissores e equipamentos.
A reforma teve início em meados de 2003 com orçamento original de R$ 1,7 milhão, recursos depois ampliados para R$ 2,5 milhões. Com as mudanças, ficam para trás anos de funcionamento precário e sinal fraco. O velho transmissor de quase 30 anos de uso e o gerador que funcionava precariamente, responsável por manter a rádio seguidamente fora do ar
De acordo com informações da assessoria de Imprensa da Petrobras, durante a solenidade de reinauguração serão entregues as obras de recuperação do estúdio Victor Costa (onde funciona o Rádio Teatro), e dos estúdios Paulo Tapajós (de gravação), Mário Lago (o principal da emissora). Neste último, encontra-se o auditório Radamés Gnatalli – onde acontecerá a solenidade.
O auditório foi completamente recuperado, com a reforma do antigo mezanino e do vidro original que separa a orquestra do público. A solenidade de revitalização da Rádio Nacional contará com a presença de artistas como Jamelão, Carmélia Alves, Cauby Peixoto, Marlene e Emilinha Borba – todos com passagem marcante nos tempos áureos da Rádio Nacional.
A emissora foi criada em setembro de 1936 e passou a ser uma das referências mais significativas da História do rádio no Brasil. Durante as décadas de 40 e 50, foi um dos principais e mais importantes veículos de comunicação de massa do país. Desde a sua fundação, ela funciona no Edifício "A Noite", localizado na Praça Mauá, zona Portuária da cidade - o primeiro aranha-céu da América Latina.
Uma verdadeira usina de criação, a emissora lançou para o estrelato comediantes, maestros, cantores e cantores do porte de Emilinha Borba, Marlene e Cauby Peixoto. Em seu auditório principal, passaram "celebridades" como Renato Murce, Paulo Gracindo, César de Alencar e o maestro Paulo Tapajós. Mais do que embalar os ouvintes com suas orquestras e seus cantores, a Rádio Nacional também prendia a atenção do país com novelas radiofônicas como "Jerônimo, O Herói do Sertão", "Em Busca da Felicidade", "O direito de nascer.
