Líderes não aprovam convocação extraordinária do Congresso

28/06/2004 - 19h22

Brasília, 28/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - A possibilidade de se convocar o Congresso Nacional extraordinariamente em julho, para a votação de matérias consideradas importantes para o governo, vem encontrando resistências entre líderes da base aliada. O líder do PMDB, deputado José Borba (PR), disse que não vê necessidade para essa convocação. Segundo ele, pode se fazer um esforço concentrado e votar logo as matérias prioritárias. Ele admitiu a possibilidade de se prorrogar a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o dia 15 de julho. "Até lá se faria um esforço para as votações das matérias constantes das pautas da Câmara e do Senado", disse.

O vice-líder do Governo, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), admitiu que cresce o movimento dos que querem a convocação, mas ele entende que não deve acontecer. "Essa convocação irá impor desgaste ao presidente Lula. Ele tem que resistir e não pagar esse mico", afirmou. Albuquerque observou que se o Congresso tivesse trabalhando a pleno e houvessem matérias importantes atrasadas, até se justificaria a convocação.

Albuquerque defende a prorrogação dos trabalhos até o dia 15 de julho. Ele acredita que pode se fazer esforço concentrado e votar muitas matérias até o dia 8 de julho, data acertada pelos líderes para votar a LDO, mas admite que se não der para votar até aquele dia que os trabalhos sejam prorrogados por mais alguns dias.

O presidente nacional do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), não concorda com a convocação do Congresso no mês de julho e justifica que nos meses de agosto e setembro, por causa das eleições municipais, haverá um recesso branco. "Devemos buscar formas de compensar e nada melhor do que trabalhar no mês de julho, sem onerar o Tesouro, com pagamentos extras", afirmou.