Fabiana Uchinaka
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Ainda é cedo para afirmar que a queda da taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo representa um crescimento sustentado, segundo Anita Kon, professora do Departamento de Planejamento e Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo pesquisa divulgada hoje pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), o número de desempregados no mês de maio caiu de 20,7% para 19,7% da População Economicamente Ativa (PEA) em relação ao mês anterior.
Para Anita Kon, embora o consumo e os investimentos tenham aumentado nos primeiros meses do ano, o recuo de um ponto percentual no mês de maio não é significativo. "É uma oscilação normal, pequena e não prolongada. Não existe uma tendência contínua de queda ao longo de um ano", diz.
"Eu não diria que significa uma retomada consistente do crescimento. É muito cedo para afirmar isso".
Para a professora, existe um fator psicológico nesse crescimento. "A política do governo está conseguindo manter a estabilidade. E, diante da queda das taxas de juros, da melhora do risco país e da alta nas exportações, surge uma perspectiva de aumento salarial que faz com que as pessoas se sintam mais à vontade para comprar", diz.
"No entanto, isto não significa uma melhoria do bem-estar social. O desemprego ainda é alto e a renda média do brasileiro está longe de ser boa", analisa.
Segundo ela, o aumento no consumo incentivou as indústrias a investirem e deu fôlego ao crescimento. Mas ressalta que "o resultado desses investimentos devem demorar alguns meses para aparecerem na economia".