Rio, 27/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - O diretor-geral da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Eloi Fernández y Fernández, afirmou que o grande desafio das rodadas de licitações de áreas para exploração e produção de petróleo e gás nas bacias sedimentares do país é estabelecer oportunidades de descoberta de novas fronteiras petrolíferas no país. Dessa forma, segundo ele, poderá haver permanentemente uma curva de produção que acompanhe a curva de demanda.
Na avaliação do diretor-geral da Onip, as rodadas geram novas oportunidades para o país, trazem investimentos privados que se somam aos da Petrobras. "Isto alavanca a possibilidade de novos empreendimentos. Esse é o ponto principal da lei que flexibilizou o monopólio do petróleo no Brasil e a conseqüente entrada de novas empresas".
Ele lembrou as descobertas já feitas, a partir dos leilões de áreas, não só pela Petrobras, mas também pela Shell e pela Agip, para citar algumas das estrangeiras, e também por pequenas empresas nacionais que exploram petróleo em terra.
"São descobertas ainda em fase de avaliação. É preciso aguardar os primeiros resultados para falar de modo mais seguro sobre essas prováveis reservas. De qualquer forma, são descobertas que podem vir a se tornar importantes para o país", disse Eloi.
Eloi Fernández informou que as empresas que se instalaram no país, a partir da flexibilização do setor, já investiram nos últimos quatro anos, somente na área de exploração, cerca de US$ 2 bilhões, isto sem contar os pagamentos a titulo de bônus de assinaturas e as participações especiais.
Sobre os críticos das rodadas de licitações e da flexibilização, Elói Fernandez disse que "eles têm lá as suas motivações". Porém, considera essas motivações "muito conservadoras, embora tenham seus méritos ao tentar garantir para as gerações futuras a possibilidade de terem petróleo e gás".
Para ele, no entanto, o mundo tem uma dinâmica própria do ponto de vista energético que impõe outra realidade. "Hoje a dinâmica mundial por energia impõe para o país a necessidade da utilização do petróleo e do gás para as gerações atuais. Sem fazer, é claro, depredações tanto do ponto de vista ambiental como do energético. A retirada da riqueza das bacias sedimentares tem que ser feita evitando depredações. Dar eficiência e o melhor uso possível ao petróleo explorado é necessário para que se possa contemplar tanto a geração presente como a futura".
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