Keite Camacho
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Só tratamento médico não é suficiente para ajudar usuários e dependentes de drogas a superar o problema. De acordo com a diretora de Prevenção e Tratamento da Secretaria Nacional Antidrogas, Paulina Duarte, o usuário ou dependente químico precisa também reelaborar seu projeto de vida. Isso envolve a família, assistência médica e psicológica, espiritual, comunitária, econômico-financeira, profissional ou escolar. Esse é o trabalho da Rede Social, apresentado hoje em seminário no auditório do Anexo I do Palácio do Planalto.
"Essa é uma discussão de governo, de como ele pode fomentar a integração dessas redes", afirmou Helena Albertani, coordenadora-geral de prevenção da Secretaria Nacional Antidrogas. O seminário fez parte da programação da VI Semana Nacional Antidrogas.
Uma das conferencistas, Márcia Lopes, secretária nacional de Assistência Social, informou que está sendo feito que um mapeamento de toda a rede de serviços governamentais e não governamentais no país, na área de assistência social, para que se crie um padrão de atividade, caracterizando e classificando ações básicas e especiais.
"O que defendemos é um diagnóstico preciso do país em relação ao usuário de álcool e drogas e da grande rede de serviços governamentais e não governamentais. Que tenhamos uma avaliação das entidades que trabalharam até aqui e a compreensão da importância dos serviços regionais, dos consórcios e articulação. O estado e a sociedade precisam buscar soluções para que todos os municípios brasileiros se sintam atendidos", disse Márcia. Para ela, a rede de serviços tem hoje maior e melhor atendimento nas capitais e regiões metropolitanas.
De acordo com a secretária, esse é o conteúdo do Sistema Único de Assistência Social que contará, a partir de janeiro de 2005, com repasses automáticos do Fundo Nacional para os municípios. Isso elimina a burocracia e auxilia no desenvolvimento de um trabalho integrado.
"O que as pessoas querem é se sentir acolhidas", disse Márcia em sua palestra. O objetivo da Rede Social, segundo a coordenadora do Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (DST/Aids) do Ministério da Saúde, Denise Doneda, é ser esse canal de apoio à pessoa. "Além disso, o respeito ao outro é algo que ainda devemos construir para que as redes possam operar em sua capacidade básica. Deve-se perguntar ao outro se ele quer se tratar", lembrou.
Neste sábado (26), a Semana Nacional Antidrogas será encerrada com uma campanha de conscientização de motoristas sobre os efeitos do álcool, a se realizar em 136 postos de gasolina, em 27 capitais. Em Brasília, estudantes universitários prestarão as informações nos postos da 314 Norte e no primeiro posto do Lago Norte.