Rio, 25/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - Até o fim do ano, o Ministério do Desenvolvimento Social deverá ter as primeiras pesquisas sobre o impacto econômico dos programas sociais do governo federal nas populações atendidas. A estimativa é do ministro Patrus Ananias, que fez hoje uma palestra na Associação Comercial do Rio de Janeiro. Ele informou que os estudos e a montagem do sistema de dados serão coordenados pela Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação, criada na nova estrutura do Desenvolvimento Social.
Enquanto não tem as próprias pesquisas, o Ministério está utilizando indicadores, pesquisas e estudos de outras pastas. Um exemplo é o estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostrando a importância do Programa Bolsa Família na melhoria de vida das pessoas. "Não vou entrar aqui na polêmica, mas o estudo do IPEA diz que o impacto do Bolsa Família tem sido mais positivo do que seria, por exemplo, o aumento do salário mínimo, exatamente porque pega um número maior de pessoas com maior vulnerabilidade econômica", explicou.
Patrus Ananias espera também conseguir comprovar a redução dos saques a supermercados no país como conseqüência da entrada em vigor das políticas sociais. "Na medida em que as políticas de segurança alimentar vão crescendo com o apoio alimentar às comunidades carentes, inclusive, aos acampados da reforma agrária e os restaurantes populares, eu, como cidadão, tenho sentido que as situações de saque a supermercados reduziram-se muito no país nos últimos tempos."
O ministro explicou que é preciso saber, ainda, qual a relação dos programas econômicos, a partir do desenvolvimento regional, o fortalecimento da economia local e também os indicadores sociais, como a redução da mortalidade infantil, a evasão e repetência escolares. Embora os estudos não estejam concluídos, o ministro acredita que já mudaram as condições de vida das populações assistidas. "Acho que há também um certo consenso. A história ensina para a gente que, onde as pessoas se alimentam melhor e em melhores condições de vida, os indicadores sociais e econômicos melhoram."