Rio, 25/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Varig, Comandante Carlos Luiz Martins, disse hoje na Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro que a decisão do BNDES de participação na capitalização da empresa será tomada após a definição pelo governo dos rumos a serem dados para o setor aéreo, incluindo o marco regulatório.

Martins afirmou que há intenção do governo de buscar uma definição sobre o setor de aviação civil no mês de julho e a capitalização virá depois desse panorama mais nítido. Os recursos de que a Varig necessita poderão ser captados também junto a agentes financeiros privados, admitiu Martins que, entretanto, não quis precisar o valor que estaria sendo pleiteado junto ao BNDES.

O assessor da presidência do BNDES, Sério Varella, confirmou que o banco aguarda a entrada da carta-consulta da Varig com o pedido de financiamento. Varella argumentou, contudo, que só com os números da companhia em mãos, o BNDES poderá emitir uma opinião formal e técnica sobre a viabilidade da operação porque, como qualquer instituição bancária, precisa de previsibilidade.

Varella analisou que uma vez afastada a possibilidade de fusão com a TAM, a Varig pode pleitear isoladamente empréstimo do banco. Hoje, as duas empresas têm apenas um "code-share", ou sistema de compartilhamento de vôos, e pretendem criar uma empresa gestora, sem ativos, ou seja, uma empresa de comercialização para o code-share.

Segundo Varella, o BNDES entende que o resultado do compartilhamento foi bom do ponto-de-vista financeiro porque a TAM apresentou lucro em 2003 e a Varig teve garantida sua sobrevivência, mostrando no balanço de 2003 lucro operacional. O resultado da atividade da Varig no ano foi de US$120 milhões.