Genoino diz que momento não é de definir punição a indisciplinados

23/06/2004 - 10h36

Brasília, 23/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - O presidente nacional do PT, José Genoino, disse acreditar que a Câmara vai reverter a decisão do Senado que elevou o salário mínimo de R$ 260,00 para R$ 275,00. Genoíno destacou que no momento o partido não está preocupado com as medidas a serem tomadas em relação ao deputados que votarem contra o valor de R$ 260,00, já aprovado pela Câmara.

"Não estamos preocupados com esta questão neste momento porque o mais importante e ter, e nós vamos ter, o maior número de votos da bancada – assim como tivemos no Senado, vamos ter na Câmara e aprovar R$ 260,00. Temos consciência e o PT constuma repetir: não é o salário mínimo ideal e vamos lutar para recuperá-lo em 2005 e 2006, mas considerando a priodade orçamentária, particularmente para o Bolsa Família e para os investimentos produtivos, a bancada do PT compreende essa razão e vai votar R$ 260,00", afirmou.

Genoino disse ainda que a indisciplina no PT sempre será considerada. "É claro que o partido não vai dexar isso passar normalmente, mas o momento não é esse", reforçou. Ele citou ainda que a situação dos deputados e senadores que não apoiarem o mínimo de R$ 260,00 é diferente do caso dos deputados João Batista Babá (PA), João Fontes (SE) e Heloisa Helena (AL), expulsos do PT no ano passado por terem votado contra as reformas tributárias e da previdência.

"É bom deixar claro que a atitude desses parlamentares é totalmente diferente dos parlamentares de 2003. Esses parlamentares estão descumprindo decisão democrática, mas não estão hostilizando de maneira provocativa o partido e o governo. Nós vamos tratar essa questão com cuidado, com cautela, de acordo com a natureza da nossa relação com eses deputados", disse. Genoino afirmou ainda que no seu entendimento, a decisão do Senado de aumentar o valor do salário mínimo para R$ 275,00 foi política: "O que está em jogo é uma decisão do Senado para colocar, em primeiro lugar, a Câmara numa situação delicada. E também fazer, por parte da oposição e legitimamente, uma disputa política".