Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O comércio entre Brasil e Namíbia cresceu 40% desde a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país africano, em novembro do ano passado. Apesar disso, segundo o presidente Lula, "ainda é muito modesto o fluxo bilateral".
Para analisar o andamento dos acordos assinados entre os dois países, principalmente a cooperação na área naval, o presidente Lula reuniu-se hoje, nesta capital, com o presidente da Namíbia, Sam Nujoma.
O presidente Lula lembrou a importância de fortalecer o comércio entre os países em desenvolvimento. "Ao fortalecer o comércio sul-sul estamos criando condições para a retomada das negociações de Doha", ressaltou, citando essas conversações no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) .
"A Namíbia aprecia muito a iniciativa do Brasil em liderar as economias emergentes contra os efeitos adversos da globalização. Compartilhamos visões comuns sobre questões regionais e internacionais", destacou o presidente da Namíbia, Sam Nujoma.
Segundo Lula, o Brasil está disposto a levar os acordos na área naval adiante. Ele anunciou a venda à Namíbia de cinco embarcações brasileiras - um barco e cinco lanchas-patrulha - em uma operação de US$ 35 milhões.
"Tenho o prazer de anunciar a decisão do governo da Namíbia de comprar navios-patrulha brasileiros e a recente assinatura de contrato com empresas brasileiras para a segunda fase do levantamento da plataforma marítima namibiana", disse Lula.
A Marinha do Brasil doará uma corveta para a Marinha da Namíbia, em solenidade prevista para sexta-feira (25), na Base Naval de Aratu, na Bahia.
Entre os temas prioritários de cooperação dos dois países, destaca-se o combate à AIDS. "Queremos concluir, o mais cedo possível, um acordo que poderá servir de modelo para assegurar o acesso da população africana aos medicamentos necessários para enfrentar esse flagelo", disse Lula.
O presidente Sam Nujoma ressaltou, após o encontro, que "a Namíbia e toda a África apóiam a reivindicação do Brasil em ter uma cadeira no conselho permanente de segurança da ONU". Disse que a Namíbia tem uma dívida com o Brasil, que sempre apoiou a luta pela libertação nacional de seu país.
Nujoma garantiu sua presença no encontro da Organização das Nações Unidas (ONU), no dia 20 de setembro, em Nova Iorque, que deverá tratar da criação de um Fundo Internacional de Combate à Pobreza.
