Cinco capitais brasileiras realizam evento para lembrar o Dia Nacional de Controle da Asma

20/06/2004 - 13h21

Brasília, 20/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - Amanhã (21) comemora-se, em todo o País, o Dia Nacional de Controle da Asma. Para lembrar a data, médicos e técnicos da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) realizam hoje, em cinco capitais, exames de controle da função pulmonar na população. Também vão distribuir folhetos e repassar informações sobre a gravidade da doença e a necessidade de um tratamento contínuo. No Rio de Janeiro, o atendimento começou às 15h e vai até às 21h, no Barra Shopping. Em São Paulo, os exames tiveram início às 14h e prosseguem até às 20h, no Shopping Morumbi. Já em Porto Alegre e em Belo Horizonte, a campanha está sendo desenvolvida das 11h às 19h, respectivamente no Shopping Total e no Shopping Del Rei.

Em Brasília, o atendimento ocorreu das 9h às 14h, no Parque da Cidade. Só pela manhã, cerca de 600 pessoas foram atendidas. Os médicos realizaram testes de função pulmonar (espiriometria) e deram diagnóstico na mesma hora. Os pacientes também receberam uma lista de pneumologistas e hospitais regionais públicos onde poderão ser atendidos de graça.

De acordo com o presidente da Sociedade Brasiliense de Doenças Toráxicas, Paulo Feitosa, é grande o número de pessoas que desconhecem ter asma ou, mesmo sabendo da existência, não tratam. "O caso mais comum é daqueles pacientes que desde pequenos usam a bombinha e chegam dessa forma aos 30 anos, apenas se aliviando, e esse não é o tratamento correto. Queremos incentivar justamente que as pessoas tratem porque senão a doença avança", diz o médico.

Ele esclarece que o paciente asmático é o que nasce com predisposição para a doença, que pode desencadear uma crise respiratória quando ele se expõe a um ambiente que cause alergia ou até mesmo a uma gripe. "A asma é uma doença crônica, mas de excelente controle. Há drogas modernas e com tratamento é possível levar uma vida normal e deixar de sofrer", explica Paulo Feitosa.

Geralmente as pessoas com asma grave, diz o médico, estão nesse quadro de doença porque deixaram de tratar e o mal avançou. Ele afirma que a asma tem crescido nos países em desenvolvimento, mas o Brasil espera reduzir esse número. "Os óbitos de asma ocorrem geralmente porque as pessoas são subtratadas e usam drogas bronquidilatadoras excessivamente, originando disritmia cardíaca. Muitas pessoas se automedicam e não combatem a inflamação. O tratamento é feito com base na gravidade da doença, daí a necessidade de se procurar um médico especialista", ressalta Paulo Feitosa.

A aposentada Teresa Makiko Matsuoka foi uma das brasilienses examinadas no Parque da Cidade, em Brasília. Após o aparecimenrto da doença há seis anos, agravada pelo clima seco de Brasília, Teresa diz que mudou alguns hábitos. "Hoje faço dieta alimentar e exercícios. Depois que mudei minha qualidade de vida e faço tratamento no Hospital Universitário de Brasília, me sinto melhor", conta a aposentada. A bancária brasiliense France Viana Assis também resolveu se cuidar após descobrir casos de asma na família e recentemente ter tido uma filha também asmática. "Preciso me informar para dar uma vida de qualidade à minha filha e evitar que ela tenha problemas futuros", diz France.

De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), no Brasil mais de 19 milhões de pessoas são asmáticas e, a cada ano, a doença leva 400 mil brasileiros a hospitais e causa dois mil óbitos. Em todo o mundo, são 300 milhões de doentes. Esse número vem aumentando, segundo a SBPT, devido ao tratamento inadequado da doença, principalmente por falta de informação.