Nigéria sugere grande zona livre de comércio entre países em desenvolvimento

16/06/2004 - 20h20

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - Dar prioridade a medidas para o fortalecimento do mercado interno das nações menos desenvolvidas e ampliar as relações bilaterais com redução de barreiras nas trocas comerciais é o ponto de partida para que um dia haja uma grande zona livre de comércio. Essa posição foi defendida hoje pelo ministro da Indústria e do Comércio da Nigéria, Lakshmi Puri, sintetizando o pensamento da maioria dos palestrantes que estão participando dos painéis realizados pela Divisão Para o Comércio Internacional de Bens e Serviços e Commodities da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad), em sua 11ª edição, que seguirá até o próximo dia 18, em São Paulo.

A exemplo de outros representantes africanos, o nigeriano está propondo parcerias com o Brasil. "Estamos perseguindo reformas e a liberalização do comércio de produtos agrícolas, conforme o estabelecido na rodada de Doha (encontro realizado, em novembro de 2001, em Qatar que sugere a definição de regras até 2005 para a liberalização do comércio internacional), e a nossa grande expectativa é de que esse encontro da Unctad sirva para apontar um caminho nesse sentido", defendeu.

Questionado se o Brasil não estaria agindo da mesma forma que os países desenvolvidos nas suas relações com os países pobres, afirmou que há intenções das autoridades africanas em cada vez mais estreitar os laços de trocas comerciais com o Brasil visando superar as dificuldades que ambos possam enfrentar para colocar os seus produtos nos mercados. Em sua análise fortalecer os entendimentos entre os dois países pode auxiliar a erradicar a pobreza, conforme é a grande busca em torno da Declaração do Milênio até 2015.