Ministro defende gastos com pesquisa fora de restrições do FMI

16/06/2004 - 20h11

Pedro Malavolta
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - O ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, afirmou que o governo quer passar a classificar os gastos com ciência e tecnologia como infra-estrutura. Dessa maneira, os investimentos na área não seriam mais contados para atingir o superávit exigido pelos organismos internacionais. "A União Européia já classifica como despesas de infra-estrutura. Existe um movimento muito grande, que vai da UNE (União Nacional dos Estudantes) até a CNI (Confederação Nacional das Industrias) para que o mesmo seja feito no Brasil", comentou.

Apesar de entender que o "tempo dos organismos internacionais é diferente", ele espera que esse tema seja discutido em até quatro anos.

Durante palestra no Espaço Brasil, dentro da XI Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad), o ministro disse esperar que a lei de inovação tecnológica fosse aprovada na próxima terça-feira (22) na Câmara dos Deputados. Ele recebeu um telefonema da manhã de hoje (16) do presidente da Comissão Especial da Câmara que debate a matéria, deputado Renato Casagrande (PSB-ES).

Segundo o ministro, o Senado deve demorar mais 60 dias para aprovar o projeto, caso seja mantida a convocação extraordinária para julho.

"A lei de inovação tecnológica é fundamental para o país nesse momento. No ano que estamos retomando o crescimento econômico e, se pretendemos que ele se mantenha por muito tempo, é necessário integrar o conhecimento que existe nas instituições públicas brasileiras à produção das industrias do país, agregando valor e capacidade de competição", defendeu.

Segundo Campos, a base espacial de Alcântra, fechada desde o acidente no ano passado, deve ser reaberta até o final do ano. O Programa Espacial deve receber pelo menos mais R$ 37 milhões, podendo chegar a mais R$ 100 milhões.