Rio, 16/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - A violência urbana e o crescimento das favelas põem o Rio de Janeiro na liderança dos furtos energia (a conhecida gambiarra) e na inadimplência das contas de luz. Uma pesquisa divulgada hoje, pela fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro (FGV-RJ), mostra que o tráfico de drogas e a localização dos domicílios em áreas de risco impedem que os serviços públicos cheguem às comunidades desfavorecidas.

Segundo a Companhia de Eletricidade do Rio de Janeiro (Terj), que encomendou o estudo, as perdas verificadas em 66 municípios do estado atendidos por ela chegam a 23,5%, quase 10 pontos percentuais acima da média nacional. Só no ano passado, as distribuidoras de energia elétrica deixaram de faturar R$ 200 milhões e o estado deixou de arrecada com o ICMS cerca de R$ 70 milhões, devido às gambiarras. Com a inadimplência dos consumidores, a Terj tem a receber entre R$ 300 a 400 milhões.

Para o diretor de relações institucionais da empresa, Mário Rocha, o furto de energia é uma questão cultural e para reverter esse quadro são necessários várias ações sociais, nas quais a empresa já está se envolvendo. Ele citou os programas tarifa reduzida, no qual os clientes podem ter descontos de até 76% se provarem a baixa renda; e também o programa de política de relacionamento da Terj com a comunidade.

O estudo também apontou a necessidade da Terj de melhorar o relacionamento com o consumidor, pois muitos dos 2 milhões de clientes disseram que estão insatisfeitos com o atendimento da distribuidora .