Mantega não teme que aumento dos combustíveis faça país ultrapassar metas de inflação

15/06/2004 - 10h34

Paula Menna Barreto
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - O ministro do Planejamento, Guido Mantega, garantiu agora há pouco que o aumento dos combustíveis anunciado ontem pela Petrobrás não traz perigo de o país ultrapassar as metas de inflação estabelecidas para este ano. "A meta de inflação tem uma margem e essa margem pode absorver o aumento de preços porque foi feita exatamente para isso", afirmou, à entrada da sala do Centro de Exposições do Anhembi onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe, agora pela manhã, uma série de chefes de Estado presentes à 11ª Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad).

Para o ministro, o acréscimo de 10,8% no preço da gasolina nas refinarias da estatal e em 10,6% no valor do óleo diesel, em vigor a partir do primeiro minuto de hoje, "é um reajuste necessário", por causa da atual alta do petróleo no mercado internacional. Nada impede, segundo ele, que o preço volte abaixo no futuro: "Se houver um reajuste depois, acredito que a Petrobrás fará a devida reversão".

Mantega disse ainda que vai "torcer para que isso (o reajuste) não altere uma tendência de baixa" das taxas de juros definidas pelo Comitê de Política Monetária, em reunião entre hoje e amanhã.