Brasília, 14/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - A existência de um espaço de diálogo entre a sociedade e o governo se torna, segundo o ministro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Jaques Wagner, cada vez mais obrigatória nas democracias modernas. No final de maio, o ministro participou em Genebra (Suíça) da Assembléia Geral da Associação Internacional de Conselhos de Desenvolvimento Econômico e Social, entidade que congrega Conselhos já existentes em 64 países.
Na reunião foi debatido o relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre os efeitos sociais da globalização. E de acordo com o ministro, a idéia que vem se consolidando no mundo inteiro é a de que ao lado do Parlamento, onde o povo é representado por deputados e senadores, exista também um espaço, que é o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, de diálogo mais direto entre o governo e sociedade.
"A União Européia já fez o seu, nós queremos divulgar essa proposta aqui no Mercosul primeiro e depois no conjunto da América do Sul. A idéia é se ter um espaço de diálogo onde você possa aprimorar os projetos para o país", ressaltou.
Na América do Sul, o conselho brasileiro é o de maior representatividade. "No México já há grupos que discutem a formação do conselho, na Venezuela também. O Uruguai nos procurou para conhecer a nossa experiência, então essa é uma idéia que está se firmando no cenário mundial", ressaltou. Jaques Wagner disse que países da Ásia também começam a se interessar pelo assunto. A China teve uma grande delegação no encontro e prepara a instalação de seu conselho. "Eles querem visitar o Brasil e querem que parte do nosso conselho vá visitar a China para essa troca de experiências. Então eu diria que esse processo está se disseminado, ele tem o foco realmente na Europa, que tem uma tradição de democracia mais longa, mas ele já se espalha pelo mundo", ressaltou.
Algumas entidades, como a francesa, existem há mais de 30 anos. Outras, como a brasileira, são recentes e algumas estão ainda em fase de implantação. "O conceito basicamente é o mesmo, que é o do diálogo social, da busca de uma negociação visando o entendimento no sentido de projetar as possibilidades de crescimento do país, de discutir os temas mais pendentes em cada sociedade. Esse conceito se consolida a cada passo que se dá", afirmou o ministro.