Para FAO, evolução da luta contra a fome no mundo é decepcionante

13/06/2004 - 12h27

André Deak
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Existem ainda 798 milhões de subnutridos no mundo, um "progresso decepcionante em relação à redução da fome". Este é um dos dados que a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, a FAO, levantou no simpósio apresentado hoje durante a 11ª Unctad - a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento que está sendo realizada em São Paulo. "Exceto quando uma guerra ou alguma calamidade natural centra brevemente as atenções e a compaixão mundial, pouco se fala e menos ainda se faz para pôr fim aos sofrimentos de um contingente de famintos que supera a população da América Latina ou da África subsahariana", pondera a organização.

A maior parte deste contingente está na África localizada abaixo do deserto do Sahara, conhecida como subsahariana. Somente lá são 198 milhões de desnutridos. A Ásia e a região do Pacífico vêm em segundo lugar, com 156 milhões de famintos, seguidos pela China (135 milhões), pela América Latina e Caribe (53 milhões), pelo Oriente e a África do Norte (41 milhões), pelos chamados países em transição (34 milhões) e os países industrializados (10 milhões). O Brasil, especificamente, vem reduzindo o número de subnutridos desde o início da pesquisa, em 1990. Junto com o Brasil, neste panorama de redução da fome, incluem-se também China, Vietnam, Tailândia, Peru, Gana, Sri Lanka e Namíbia.

O secretário de Agricultura Familiar do governo brasileiro, Walter Bianchini, que também estava presente, destacou que "há um grande potencial de desenvolvimento social" através de incentivos a este modelo de agricultura. Explicou o programa Fome Zero, que distribui cupons de alimentação para combater a fome.