Nelson Motta
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, vai oficializar ainda hoje ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva - assim que chegar a Belo Horizonte - a saída das tropas federais do estado. Nos últimos cincos dias, tropas das Forças Armadas realizaram policiamento em Belo Horizonte em função da greve dos policiais militares e civis.
Em encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, Aécio Neves agradeceu ao presidente a rapidez com que o governo federal atendeu à solicitação "no momento em que a cidade teve a ausência do policiamento ostensivo".
Segundo o governador mineiro, o processo que envolveu a presença das Forças Armadas em Minas foi pedagógico. "De um lado a autoridade foi mantida e do outro o bom senso e o entendimento prevaleceram. Eu acho que foi uma demonstração de que quando é necessário, é possível superar qualquer tipo de divergência e construir uma parceria que atenda à população, que deve ser o objetivo de todos os governantes", disse.
Fundo
O governador de Minas Gerais reclamou ao presidente que os recursos liberados do Fundo Penitenciário este ano foram poucos, o que impede o planejamento. "A proposta que fiz ao presidente, é que os recursos da área de segurança não sejam passíveis de contingenciamento. Sejam liberados por duodécimos, para que nós possamos fazer um planejamento eficaz e enfrentar o aumento da criminalidade", revelou Aécio Neves.
O presidente Lula, segundo o governador mineiro, viu a proposta com simpatia e prometeu conversar com ministro da Fazenda, Antonio Palloci. O governador de Minas tem encontro ainda hoje com o ministro Palocci.
Mínimo
Na audiência, que durou cerca de uma hora, a votação do salário mínimo no Senado também fez parte da conversa do governador com o presidente. Segundo Aécio Neves, o presidente demonstrou alguma preocupação. "Ele me trouxe alguns argumentos da impossibilidade dos valores serem maiores do que os R$ 260. Todos nós gostaríamos que fosse maior, mas eu não farei uma bandeira política desse assunto", afirmou.
"O presidente Lula demonstrou que está trabalhando, mostrou confiança que a matéria será votada na próxima semana. Ele me passou firmeza de que foi no limite, aquilo que achava possível dar. A decisão porém será dos meus companheiros que estão no Senado Federal", disse Aécio Neves.
Crescimento
Com relação às últimas declarações que o presidente de que o país entrou no rumo do crescimento, o governador Aécio Neves disse que os últimos indicadores apontam para isso, "mas é preciso ter a cautela necessária".
"O crescimento que o Brasil espera é o crescimento sustentável, é o crescimento que se consolide e que mostre perspectiva de durabilidade e índices cada vez maiores", observou.
Para Aécio Neves, ainda é cedo para comemorações, mas é preciso constatar que os indicadores, principalmente da indústria nesse último trimestre, são positivos. "O presidente me disse, demonstrando uma grande satisfação pessoal, que as coisas estão realmente melhorando".