Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília, 6/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - Os representantes dos 154 países que participaram da Conferência Internacional sobre Energias Renováveis, em Bonn, na Alemanha, encerraram o encontro, na última sexta-feira (4), com o compromisso de aumentar o uso dos recursos renováveis na produção de energia nos próximos anos.
Depois de quatro dias de debate, os representantes formularam uma declaração em que reconhecem que as energias renováveis (sola, eólica, biomassa e hídrica) são um importante instrumento na promoção do desenvolvimento sustentável, possibilitar acesso à luz para os mais
pobres e reduzir a poluição do ar e o Efeito Estufa. Além de criar oportunidades de cooperação entre os países.
Na declaração, os participantes destacaram a necessidade de políticas para o desenvolvimento das energias limpas e a colaboração da iniciativa privada. "Isso inclui derrubar barreiras permitindo uma competição justa em mercados de energia levando em conta o conceito de internalização de custos externos para todas as fontes de energia", diz o documento. Eles
afirmaram também que pretendem trabalhar em uma "rede global de políticas".
Como representante da América Latina e o Caribe, a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, afirmou aos participantes que "não pode haver uma só política para promoção do uso de energias renováveis, mas tantas quanto os países desejarem para expandir seu uso".Ela ressaltou que as ações devem apresentar os menores custos possíveis e preços justos para
os consumidores.
Dilma Rousseff disse, ainda, que as hidrelétricas vão continuar sendo as principais fontes de energia do Brasil. A ministra lembrou que 41% da energia produzida no país vêm de recursos renováveis, sendo 14% hídrica. Enquanto que nos países mais desenvolvidos, o uso da energia limpa é de seis por cento.
A ministra citou os programas que o governo está desenvolvendo para diversificar a matriz energética, como o Programa de Incentivo às Fontes de Energias Renováveis (Proinfa). O programa visa gerar 3.300 megawatts (MW) de energias limpas para o sistema do país.
Dilma Rousseff falou também sobre o Programa Combustível Verde que pretende aumentar a utilização do etanol e do biodiesel na matriz. "O biodiesel está em sua infância e, além de ser um substituto eficiente ao diesel de petróleo, permite a inclusão de boa parte da população que
vive em níveis de subsistencia", diz.